domingo, 22 de março de 2009

Portobello Market, Notting Hill

Cada vez mais perto de vazar de vez de Londres e com uma lista impossível de ser vencida de coisas por fazer/ver.
Mas to tentando ao máximo riscar itens dessa lista e no último sábado vizitei o Portobello Market, em Notting Hill.
Eu já tinha ido lá agumas vezes as sexta-feiras onde rola uma feirinha modesta, mas no sábado mesmo é que a coisa bomba.
Uma infinidade de gente e coisas pra se ver. Muita porcaria e muita gente interessante.
Tem de tudo: muita muita porcelana, antiguidade, discos, livros, soldadinhos de chumbo, câmeras fotográficas, roupas vintage, bicicletas e antiguidades de todo tipo.


Caminhar por toda extensão da rua é mergulhar num dos lugares mais interessantes de todo Londres: se escuta todo tipo de língua, existem comidinhas de rua para todos os gostos/preços e de qualidade algumas vezes duvidosa -como toda boa comida de rua deve ser. Para os cinéfilos se pode ainda ver a casa do Hugh Grant (que não tem mais a porta azul característica e sim preta para confundir os curiosos) e sua livraia (que hoje dá vida a uma loja de sapatos bem normalzinha) em Um Lugar Chamado Notting Hill ou ainda a loja de antiguidades que aparece em Blow Up - Depois Daquele Beijo.
Quem se aventura por esse território precisa de uma dose extra de paciência, porque a multidão e seu fluxo (ou o não-fluxo) incomodam, fica difícil com toda aquela turistada, famílias e mais famílias com seus carrinhos de bebê, mais o cachorro, mais o papagaio e mais as compras da semana.
Eu gosto particularmente do final da rua, onde estão as bancas e lojas de roupa vintage.
Logo depois do cruzamento da Elgin Crescent, existe uma enorme lona onde os amantes das roupas de segunda mão se encontram. É como uma ruína fiscal pra mim.
Tem de tudo, de todos os precos, os expoxitores quase nunca põe preço na mercadoria e escolhem o valor conforme sua cara, sotaque e outfit. Soa péssimo, eu sei, mas é verdade.
Lá existe um cara que tem a melhor seleção de camisetas ever. Todas a 10£ ou duas por 15£ se voce já é cliente. Segundo ele tem um estilita brasileiro que se joga por lá quando vem a Londres, pela sua descrição acredito que seja o Alexandre Herchcovitch.

A tal banca de camisetas ou ruina fiscal para os íntimos.


Fauna local e turistas ávidos pelo melhor do vintage.

Uma quadra depois tem sempre uma van que coloca suas araras cheias de coisas interessantes na rua mesmo e vendo tudo, TUDO mesmo por irrisórios 2£. Tem coisa muito boa, desde casaco de couro a cintos e bolsas, até uma infinidade de camisas de flanela e bomber jackets. Descolei uma camiseta incrível por ridículos 2£.

Não e incrível? O cheirinho de roupa guardada e as manchinhas no tecido são free.


Num beco ao lado, tem um bando de gente que vende tudo pelo chão e no final do dia deixa tudo por ali mesmo, caso não se venda. Negociei com uma senhora, que pelo sotaque eu diria que é russa uma maleta que inicialmente gustava 10£, mas eu acabei arrematando por apenas 2£. Tipo e-bay ao vivo só que infinitamente mais divertido. Ainda tentei levar um boneco do Caça-Fantasmas, aquele fantasma gordão com chapéu de marinheiro do primeiro filme, mas ela insistia que era "very very colletionable" e não aceitou minha oferta de 3£ (ela queria 5£). Disse pra ela que volterei na próxima semana e amaldiçoei o tal boneco pra que não seja vendido e espere por mim ate lá...
Nesse mesmo beco-caos encontrei um pássaro de porcelana no chão. Acho que pode ficar incrível no canto de uma moldura.

Auto -retrato no beco-caos da pechincha.
O pássaro achado.
E a maleta de couro-bagatela.
Dando um Google aqui encontrei a página oficial do mercado e essa definição não poderia ser mais acertada:

"Basically if you can't spent all your money and more on the clothes and accessories around here, then you are either (a) impossible to please, so don't come asking me for a date!! or (b) have a large trust fund which has been soundly invested."

domingo, 8 de março de 2009

O Network certo ou como passar dois dias batendo cabelo com a Galisteu

Tenho um amigo na Elle que sempre diz que a vida é feita de Networks. Que até o padeiro da esquina pode ser um contato incrível para que você seja descoberto, ou que consiga uma oportunidade importante para demonstrar seu trababalho/valor.
E foi mais ou menos assim que tudo aconteceu.
Durante muito tempo quando estava na faculdade eu fui produtor ou assistente de produção. Produzia um curta-metragem atrás do outro non-stop. Fiz um longa metragem (meio piada, mas não deixa de ser um longa-metragem), um curta pra tevê, uns bons documentários. Mas quando estava acabando a faculdade já estava de saco cheio dessa vida de produtor-fudido. E ai veio o lance da fotografia que sempre foi muito forte dentro de mim...
Mas essa é uma outra história.
Através do network certo eu descolei um trampo na Produção em alguns dias de gravação do novo programa com a Adriane Galisteu pra Band, gravado aqui em Londres.
Eu já havia a fotografado algumas vezes nas edições do São Paulo Fashion Week. E dentro da frivolidade que impera nesse tipo de situação, ela me pareceu bem bem simpática. Digo que entre as figurinhas carimbadas do SPFW ela está na minha lista de 5 mais querid@s. Fácil.
E não foi diferente desta vez.
Ela é mesmo uma fofa. Engraçadíssima. Quando pega o microfone não era. É inteligente e não cai no lugar comum do tipo modelo-apresentadora-burra-como-uma-porta. Ela não joga no time da Gimenez.
Não mesmo.
Sem falar que ela é total sem frescura. Vai lá faz e acabou. Sem estrelismos, sem piti (como diabos se escreve essa palavras?).
A equipe era bem pequena: o câmera Boni, a diretora Tati Longhini, o motora português Pedro, eu na produção e a Galisteu. Nada mais. Ninguém mais. O tempo foi curto, a grana era pouca. Mas nos viramos e foi bem divertido.

Câmera e diretora conferindo o material.
A equipe: Tati Longhini Diretora, Boni Câmera, Adriane Galisteu - ou Dri para os íntimos- Henrique Padilha na Produção e Pedro Marque o Motorista-fodão.


Gravamos no museu de cera Madame Tussauds, na muvuca de Picadilly Circus, naquelas lojinhas péssima em Camden Town, naquelas lojinhas incríveis em May Fair, em um pub bem tradicional em Chelsea, perto da Harrod's...


Com a fera Amy Winehouse no Madame Tussauds.


Com a estilista e também fofa Lena Santana em May Fair.
Na van.
O programa não tem nome ainda e me parece que estréia em um umas 2 ou 3 semana.
Depois de Londres a equipe, com exceção minha romou a Paris para gravar por lá também.

Momento mico: tive que dar entrevista. Tomara que não coloquem no ar. E tive que tomar uma ceva ainda pra parecer cool. Tudo em nome da "arte". Péssimo.
Momento Gossip Girl: mandar email pra quem merecia direto da van (que tinha até um fax na parte de trás!) do lado da Dri e contando que acabamos de dividir um Fish & Chips, e que depois desse belo momento viramos praticamentes melhores amigos.
Momento Glamour: carregar sua bola Luis Vitton pra baixo e pra cima, ou sua carteira Dior, ou ainda seu iPhone. As vezes os três juntos. Não tenho foto desses momentos. Lamentável mais uma vez.
Momento ítmidade: quando ela me perguntou se eu gostava da cartola de gosto duvidoso numa loginha meio gótica quase emo em Camden.
Momento pissada de bola: perder a alça da câmera dentro do Madame Tussauds. A câmera de vídeo da Band, não a minha...

sábado, 7 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Paint Party With The Ting Tings Sponsored by Adidas

Tem coisas aque acontecem com você que parecem tão inacreditáveis e absurdas que parecem que você vai acordar de um sonho bizarro a qualquer segundo. E foi assim que me senti durante um bom tempo na noite de sexta-feira passada: pelo motivo do aniversário do Ashley eu fui a Manchester. No caminho recebi uma mensagem dele dizendo que tinha uma grande e boa surpresa pra mim quando eu chegasse.
Fiquei batante curioso.
Mal cheguei e deixei minhas coisas na casa do Pete um amigo dele e fomos direto pra uma festa disputada e esquisita: a gravação de um vídeo/spot/ show 'Paint Party With The Ting Tings by Adidas'. Uma festa onde todos os convidados estariam usando um abrigo Adidas e seriamos literalmente pintados dos pés a cabeça equanto o The Ting Tings estivesse tocando.
E foi realmente assim: chegamos lá e nos deram um abrigo, um boné e uma espécie de meia para cobrir seu sapato. Trocamos de roupas e fomos pra uma sala onde havia bebinhas de graça e ficamos lá por um tempo até sermos chamados para um outro espaço onde a banda realmente iria tocar.



Quando entramos lá por alguns minutinhos tudo foi bastante civilizado. Era tudo de um branco nuclear. Haviam centenas de sacolas com tintas, pincéis, rolinhos e bandejinhas dentro. No começo as pessoas estavam pintando e desenhando nas paredes. Em um piscar de olhos tudo ficou selvagem e multicolorido. Era como estar dentro de uma tela do Jackson Pollock em plena ebulição. Incrível as pessoas nem se conheciam e se jogavam tinta, ou pintavam suas caras, ou se abraçavam... Fica dificil explicar. O chão, o teto, as paredes TUDO ficou multicolorido e confuso.


O The Ting Tings só foi tocar mesmo quando tudo ja estava meio marron, graças a mistura das cores. O chão já estava escorregadio, mesmo assim, eu dancei e pulei sem parar. Eu e o Ash rimos e nos divertimos imensamente. A banda tocou umas cinco ou seis músicas. Abrindo e fechando o pocket show com o hit Great Dj, imagino que essa será a trilha do spot. Eu sempre quiz ver o The Ting Tings tocar e vê-los nessa situação só me deixou mais feliz ainda.



Eu decidi correr o risco de carregar minha câmera pra dentro da sala onde o show aconteceria, mas estava com ela dentro do abrigo. Só usei quando senti que não vinha tinta por perto. Mesmo assim, ela ficou toda pingada de tinta e grudenta. Todas as câmera de lá estavam cobertas com plástico. Eu improvisei um capa pra minha com um saquinho onde o vinha o abrigo. Foi dificil, mas consegui fazer umas boas fotos.
Depois do show caminhamos de volta a casa do Pete, para tomarmos banho e colocarmos uma roupa decente/limpa. Era impossivel conseguir um taxi naquele estado. Na rua as pessoas buzinavam, abanavam, gritavam pra gente. Tiveram umas garotas que pediram pra tirar fotos nossas. Minhas mãos, pernas, cara e até minha cueca (não me pergunte como!) estavam pintadas. Foi o banho mais prazeroso de toda minha vida.



De volta a Londres eu lavei o tal abrigo que agora tem uma cara customizada do tipo Pollock encotra abrigo Adidas e decide pinta-lo e depois lava-lo. As cores ainda estão lá e tem agora um tom pastel incrível. A camisa que eu estava usando por debaixo do abrigo era branca e hoje é azul claro. E sinceramente acho que ficou melhor ainda.
Uma noite para ser lembrada para todo o sempre.